segunda-feira, 22 de julho de 2013

Patativa sucumbe diante do abandono em Sobral

Eu nunca soube muito bem com quantos paus se faz uma canoa, mas tenho ideia de quantos sujeitos se fazem necessários para montar a delegação de uma equipe profissional que vai jogar fora de casa. Dezoito atletas relacionados, treinador, auxiliar, médico, dois preparadores, massagista, roupeiro e pelo menos uns três desses dirigentes que gostam de aparecer mais que os jogadores. E como tem disso no Central.

Curiosamente, ninguém quis aparecer no sábado. O alvinegro foi à Sobral na tora, no peito e na raça. Abandonado mesmo. Como diz o forró típico das bandas do Ceará, "liso, triste, sozinho, esquecido e abandonado". Desse jeito não deu pra colar do lado de ninguém. A Patativa tentou, mas em um jogo truncado, viu o Guarany abrir o placar logo no início da segunda etapa. Depois disso, não conseguiu adentrar no esquema bem fechado do Cacique do Vale.

No final da partida, o Central achou um gol com o zagueiro Ítalo, mas teve o tento anulado por impedimento no lance. Impedimento que não houve. A arbitragem tendenciosa foi apenas fruto do abandono. Filho sem pai leva chulipa no pé do ouvido dos outros na rua. E assim o glorioso sofreu em Sobral. E o grupo se sente cada vez mais desprestigiado.

Muito me espanta o sumiço de absolutamente todos os dirigentes do clube. Que na verdade somam 5 ou 6. Os problemas vão surgindo, o mandato da atual gestão se encerrando, e costumam dizer realmente que os ratos são os primeiros a abandonar o barco. Uns saem, outros chegam. O torcedor, que está lá na arquibancada chorando e sorrindo, faça chuva, faça sol, se acostumou a ver alvinegros surgirem com a mesma velocidade que somem.

Curiosamente, aparecem com o descaramento de se dizerem mais centralinos que os outros. Pensam que enganam com uma sede de oportunismo travestida de fanatismo. Tem sido assim nos últimos meses. Os corvos sedentos pela carne alvinegra começam a rondar o clube, distribuir abraços e sorrisos. Gente que precisa do clube para se promover.

Na iminência de bater de frente com gestores realmente qualificados, usam a estratégia de generalizar os problemas do clube para todas as gestões passadas. Como se não houvesse nada de positivo a se tirar. Como se o abandono de hoje, o descaso e a fama de mal pagador fossem típicos de todos.

O célebre Karl Heinrich Marx foi pontual em uma de suas brilhantes frases: "A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. A cada dia me convenço mais disso, de que a história dá voltas, segue um curso que está constantemente se repetindo. Mudam os personagens, mas a tragédia e a farsa, essas são sempre semelhantes. Assim como algumas administrações são espelhos de tragédias passadas, a aproximação de alguns duvidosos "alvinegros" de hoje é apenas uma repetição de filmes já vistos anteriormente.

Estamos de olho!

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