sexta-feira, 28 de junho de 2013

Pinto Rico e a ironia da vida

Pinto Rico, o "faz-tudo" do Central, na luta para fazer algo por si mesmo. Foto: Daniel Vasconcelos
Não obstante, aparece um ou outro sujeito, caruaruense ou forasteiro, fazendo uso da burrice e da estupidez em suas formas mais puras para desmerecer a imagem do Central, questionando a falta de conquistas expressivas recentes do clube. Não entro hoje no mérito da questão, na falta de apoio político e empresarial da cidade e na falta de orgulho e amor próprio de quem deixa de viver o futebol dos estádios para ser mero telespectador da Globolinha.

Torcer para a Patativa vai além de gostar de vencer. Quem conhece sabe. E o nosso querido Pinto Rico sabe muito bem. Lá se vão mais de 34 anos de serviços prestados ao Central Sport Club, anos em que viveu altos e baixos, com um irônico descaso vivido nos dias de hoje. Se não bastasse o inglório presente alvinegro, Pinto é vítima "no pessoal e no profissional". 

A sabida falta de pagamento dos vencimentos dos funcionários tem assolado os mais humildes, que dependem do tão suado salário para garantir uma condição mínima de vida digna. Pinto é um deles. Segundo relato do amigo Daniel Vasconcelos, Pinto vem recolhendo material reciclável para garantir um extra, já que o principal sempre tem lhe faltado. Não deveria.

A falta de respeito com o Pinto Rico, que de rico mesmo só está com a saúde, é uma falta de respeito com a instituição Central por parte de quem hoje administra o clube. Pinto esteve trabalhando nos bastidores do clube enquanto a Patativa disputava a Série A e por diversas vezes viu de perto o Glorioso disputar ponto a ponto várias edições da Série B. Viveu bons e maus momentos e faz parte da história do clube.

Além de ver o clube mal das pernas dentro de campo e entregue aos desmandos de malfeitores, Pinto tem sentido a má fase no bolso. Tem passado dificuldades, muito por conta de um presidente que lhe nega um documento atestando dois anos de trabalhos prestados para que possa requerer sua aposentadoria. 

Em tempos em que as pessoas buscam brechas mínima para recorrer à justiça e enriquecer ilicitamente, Pinto não quer nada além do direito de se aposentar e descansar, além de continuar tranquilo a acompanhar a Patativa nas arquibancadas do Lacerdão, com a alegria que se tornou característica e cativa os torcedores que o conhecem.

No facebook, torcedores debatem desde ontem sobre a situação e já se iniciou uma campanha para angariar fundos para uma providencial ajuda ao querido Pinto Rico. Centralistas de bem, como reza a cartilha do fiel alvinegro. Cartilha esta que passou longe de quem hoje tem o poder para resolver os conflitos internos do clube, mas não tem a dignidade sequer de respeitar aqueles que trabalham com o coração para esta instituição quase centenária.

Avante Pinto Rico!

2 comentários:

  1. É lastimável a situação desse senhor, é triste vermos isso em clubes de tradição como o Central, tudo isso por puro amadorismo e falta de caráter dessas pessoas que se dizem "dirigentes", quando na verdade são pessoas que envergonham nosso futebol, só se aproveitam do clube para fins políticos e pessoais, são na verdade um "câncer"! Situação parecida caro Antonio Arruda vive o Santa Cruz aqui em Recife, afundado em dívidas e sendo conduzido por pessoas como essas desde a década de 90, por isso o clube chegou onde chegou! Oriente esse senhor a procurar a Delegacia Regional do Trabalho aí em Caruaru para formalizar tudo isso...parabéns pelo trabalho no Blog, muito bom!

    Att,

    Antonio Tibúrcio Cavalcanti Neto
    atcn83@yahoo.com.br

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    1. Caro Tibúrcio, obrigado por acessar o blog. É realmente uma lástima o descaso de alguns dirigentes para com os clubes. Nosso futebol pernambucano sofre bastante com isso. Um clube com a torcida como a do Santa Cruz tem um potencial enorme para estar entre os grandes, mas vem sofrendo com a situação atual. No interior, o Central sofre de mal parecido.
      Quanto ao Pinto, ele está sendo assessorado por uma advogada que está resolvendo a situação. Espero em breve ter boas notícias para contar.
      Abraço!

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