quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Incongruência social

A nossa Patativa voa alto mas não voa firme. Volta e meia uma turbulência acontece para sacudir a tripulação alvinegra. Nem bem começamos a temporada e o clube teve nesta quinta-feira seu primeiro contratempo de 2013. O diretor social Cláudio Samuel, o Gordo, entregou o cargo e pulou fora juntamente com toda sua infinita comissão social. Entre amigos e apoiadores, o Central perde cerca de vinte nomes que vinham trabalhando em busca de parcerias para encorpar o programa de sócios afim de torná-lo mais atrativo. Com um mês de campanha social, a comissão havia conseguido quase quinhentos sócios para a temporada 2013.

A explicação para a debandada é óbvia. Claro que não vou considerar essa conversa do Gordo de que o motivo foi a incompatibilidade dos trabalhos no social com a administração da sua soparia. O buraco é mais em baixo. O grande problema do Central é antigo. Certa vez, um amigo conselheiro do Náutico me evidenciou, metendo-se a falar dos problemas da Patativa, porém com a autoridade de quem tinha conhecimento do que falava. O Central sempre foi um clube onde a figura do dirigente precisa aparecer mais que o próprio time. 

O que este nobre amigo alvirrubro me falava era simples. O torcedor menos informado de um clube da capital, desconhecerá a pessoa do seu presidente, por exemplo, mas reconhecerá, de longe, seu camisa 9. Em terras Vitalinas ocorre o inverso. Aqui, um jovem pode arrebentar em campo, ser um dos artilheiros do campeonato e passar batido na rua sem ser notado, ao passo que os dirigentes do clube estão sempre a aparecer.

Gordo tentou formar um departamento social de vergonha, com respeito ao sócio que chega junto e ajuda o clube. Ganhou um chega pra lá. Enquanto ele, com sua comissão, trabalhava incansavelmente para que tudo estivesse nos conformes, havia gente militando para que tudo continuasse sendo a bagunça de sempre. Homem honrado que é, Gordo preferiu se afastar do que bater de frente e causar um estardalhaço maior dentro do clube. Aprendeu a lição de que no futebol ninguém é amigo de ninguém. É um querendo engolir o outro. Enquanto os jogadores se agridem no gramado, os dirigentes se devoram fora dele. É a lei do mais forte e o pequeno leva sempre a pior. 

E o que não falta em Caruaru é fulano achando que é mais gente que a gente e querendo fazer o que quer na cara lisa. Nem todo mundo é sócio, mas cada um que queira ser mais ouro que o outro. Para os que não têm compromisso com a construção de um Central mais forte, qualquer um pode ser ouro, mesmo que sem a carteirinha de sócio na mão. É tanta gente se metendo a ouro que o Central, que fica na Agamenon Magalhães e tem um terreno na Nova Caruaru, vai acabar construindo uma sede social em Serra Pelada. Aí eu quero ver quem é que vai sobrar como garimpeiro.

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