quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Central 2 x 1 Chã Grande: vitória à sertaneja

A quarta-feira de cinzas trouxe um novo ritmo para o Lacerdão. A Patativa conseguiu mais uma vitória nesta quarta (13), mas não poupou o torcedor centralino da mística do sofrimento. Passada a frevança do período momesco, a moda na Capital do Forró caminha para ser o sertanejo. E para ditar o ritmo goiano, nada melhor que uma estrela da terra: Jonathan Goiano é o cara. Rápido, habilidoso, matador e oportunista, o jogador tornou-se a referência da equipe lá na frente e conquistou o torcedor patativa. Diante do Chã Grande pela sétima rodada, mais uma vez Jonathan chamou a responsabilidade no segundo tempo e, em cobrança de penalidade, definiu o placar da partida, semelhante ao que havia feito na rodada anterior contra o Petrolina. Antes disso, foi dele a jogada do primeiro gol, marcado por Tallys, de cabeça, ainda no primeiro tempo. Para consagrar o ritmo dado pelo jogador, os dois gols centralinos tiveram direito a dança na comemoração.

Mas nem só de estrelas decolando na carreira vive a música sertaneja. Entre um gol e outro, a peleja centralina foi cantada pela fraca dupla Carlos e Fernando, direto do inferno para todo Brasil. O show da dupla, de muito mau gosto, desagradou a todos os cerca de 5.600 alvinegros presentes no Lacerdão. Enquanto Carlos Lima matava o torcedor do coração jogando um futebol burocrático e protagonizando dribles desnecessários no campo de defesa, Fernando Pires cumpria seu papel de torcedor de luxo. É o cara que não paga ingresso e ainda assiste o jogo de dentro do campo. O Central já havia aberto o marcador com Tallys quando, em bola parada da equipe do Chã Grande, Pires cochilou e deixou Bia sozinho para empatar após rebote de Rodrigão, que fez bela defesa à queima roupa no primeiro lance, mas nada pode fazer no segundo. 

Como em um golpe de sorte do destino, Fernando Pires teria, minutos depois, a chance de se redimir da falha no gol de empate da equipe chãgrandense. Em rápido contra-ataque centralino, Júlio César recebeu belo passe pela esquerda e cruzou à meia altura para Fernando Pires livre, que ao invés de marcar o gol cantou o melô do impossível, do inacreditável. Com o gol escancarado, espaço para dominar a bola e tempo suficiente para decidir entre fuzilar o gol de Davi ou colocar no canto, Fernando escorou a bola vagarosamente pra fora, num lance difícil até de explicar. Um gol tão feito que o bandeirinha saiu correndo, confirmando o tento. O enganador Fernando Pires conseguiu enganar até o bandeira.

No intervalo, ainda houve espaço para Carlos Lima chamar um torcedor pra briga e Fernando Pires sair fazendo gestos obscenos para quem o chamava de cachaceiro preguiçoso, que, por sinal, foi este blogueiro que vos escreve. Na segunda etapa, a dupla continuou a desafinar o ritmo que a equipe impunha e preocupou a torcida, mais ainda pela inoperância de Ricardo Oliveira em insistir com os dois em campo. O segundo tempo teve ainda a entrada de Zulu e a estréia de Fabiano, que pouco tempo jogou e não pode ser bem avaliado.

Para a sorte do torcedor, a má atuação dos volantes não comprometeu o desempenho de uma equipe que entrou muito organizada taticamente e jogou por música. No capricho dos atacantes alvinegros, a equipe cansou de perder gols, enquanto que a defesa ganhou quase todas as disputas de bola e suportou bem a pressão pela falta de cobertura dos cabeças de área. Uma vitória apertada, suada, disputada até o último mínuto, com cara de Central. E assim a Patativa retorna à vice-liderança, graças, também, ao bom resultado da equipe do Pesqueira contra o Serra Talhada, que ajudou o alvinegro. A liderança continua com o Náutico, nosso adversário no próximo sábado, em Recife, na partida que deve encaminhar o vencedor do turno. A esperança do torcedor alvinegro é de que Jonathan Goiano mais uma vez tire a viola do saco e coloque o líder para dançar. 


NOTAS

Luiz Carlos: Não deu para entender a saída do centro-avante ainda aos quinze minutos da primeira etapa. A bola pouco havia chegado ao jogador, que vinha fazendo bem a função de pivô mas foi sacado para a entrada do meia Jorge Luiz, retornando a equipe ao 4-4-2. O Imperador saiu insatisfeito e com razão. Se é para entrar e sair com quinze minutos de jogo, melhor não ser relacionado.

Arbitragem: A dona Déborah Cecília é ruim que dói! Fraca tecnicamente, com gestos e mais gestos e um excesso de autoridade completamente artificial, a árbitra mostrou-se completamente despreparada, chegando a ponto de empurrar os atletas das duas equipes que chegaram a se estranhar no decorrer do segundo tempo. Apitava o que só ela via e passava batido no que era notório. Foi um capítulo a parte, mas que, milagrosamente, não comprometeu a partida.

Cléber: O volante acompanhou a partida das sociais e está inteiro para entrar em campo no sábado. Depois das atuações folclóricas de Carlos Lima e Fernando Pires, não é mistério para ninguém que uma das vagas na equipe que enfrentará o Náutico nos Aflitos é dele.

Hudson Pimenta: Vem chamando a atenção de quem fica pelo bar das sociais durante os jogos. O atacante, que foi integrado ao grupo e se recupera de lesão desde a temporada passada, cola na chapa de espetinho no intervalo e de lá não sai. Já há um bolão para saber quem acerta quantos quilos de carne o atacante terá consumido ao final do campeonato.


Reportagem e gols da partida pela TV Replay com Edvaldo Magalhães:




Resumo da rodada:


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